Revista geo-paisagem (on line)

Ano  13, nº 26, 2014

Julho/Dezembro de 2014

ISSN Nº 1677-650 X

Revista indexada ao Latindex

Revista classificada pelo Dursi

 Revista classificada pela CAPES

 

 

 

 

Gilles Deleuze e a geografia

 

Helio de Araujo Evangelista

helioevangelista@hotmail.com

 

Introdução

 

Comecei a leitura de Gilles Deleuze em nome de uma questão geográfica ... juro !

            Doreen Massey em artigo intitulado – La filosofía y la política de la espacialidad: algunas consideraciones [1] – chama a atenção para Gilles Deleuze  e  Feliz  Guatarri e o modo como foram influenciados por Henri Bergson que elabora uma pertinente reflexão sobre o tempo.[2] Os dois autores franceses em – Mille Plateaux – trariam uma reflexão que a geografia poderia se apropriar.

            A partir desta indicação passei a me enveredar na produção de Deleuze ... um verdadeiro labirinto  . A própria obra – Mille Plateaux – já indica isto a partir dos diferentes temas abordados.  

            Dado o exposto, o presente artigo deve ser visto como uma aventura, uma aventura na forma escrita . Uma tentativa de tradução do pensamento dos dois e como este tem relação com geografia.

 

- Para Deleuze , filosofia é criar conceito. [3]

 

            Se eu digo – FOGO – todo e qualquer brasileiro alfabetizado compreenderá a palavra. Conceito é isto, uma  palavra que me proporciona a compreensão de algo. Se uso o termo – CASA – a compreensão que me  é proporcionada por esta é diferente daquela proporcionada pela primeira. Assim, como  filosofia é criar conceito ? Criação em termos de quê ? Qual a sua base ?

            De certo modo , o pensamentos de Deleuze tem uma boa dose de arbitrariedade.

            Diferentemente de Michel Foucault que se inicia em profundos estudos históricos, Deleuze está afeito ao mundo da subjetividade humana. Isto torna o seu pensamento mais labiríntico. No entanto, é pertinente a sua leitura, mesmo para o geógrafo, porque conforma uma visão de mundo. Uma visão de mundo que veio a ser suscitada a partir de uma situação muito pungente que foram as rebeliões estudantis de maio de 68 na França. Deleuze e Guatarri  passam a trabalhar juntos a partir deste grande momento político e cultural da França. Assim, em que pese a divagação reflexiva se pautar em bases de apoio da psique humana, o emulo desta introspecção foi bem real, bem tátil, bem  político. Enfim, não é inadequado observar que as obras dos dois almejam, entre outras  coisas, uma dada meta política. Por ser esta  meta o que é, se é possível tirar geografia no mergulho deste pensamento ?  ... Veremos !

            Pensemos agora num louco !

            Ele não cansa de falar ... a sua diferença é: a sua fala não corresponde a uma concretude. Ele se diz rei, mas não é . Eu posso afirmar que sou professor, irão concordar . Enfim, o que se diz, se diz a partir da utilização simbólica de palavras, sons, letras, mas estas estão apoiadas em realidades !

            Não posso simplesmente falar !

            Agora, a realidade vai muito além de nossa capacidade de comunicação. Ela é muito mais rica. Para tanto, o conceito, a reivenção de um conceito (p. ex. espaço) se torna imperativo na medida que nos serve para melhor apreender as diferentes dimensões da realidade. Mas de qualquer forma, o criar conceito não nos faculta a noção de que podemos criar realidade. Criar conceito deve ser um exercício, uma arte, uma necessidade, para se melhor se situar no tempo que vivemos.

            Quem duvida da realidade, visite um cemitério, não há lugar mais verídico que um ser humano possa encontrar sobre a sua condição.

            Agora, pessoalmente, como vejo a psique humana ? Um traço de Deus. Enfim, a interioridade humana anseia o absoluto, busca o absoluto. A pulsão é a busca do absoluto.

Mille Plateaux – Capitalisme et schizopherénie 2 [4]

 

Avant-propos (1980, p. 8)

 

Ce livre est la suite et  la fin de Capitalisme et schizophrénie, dont le premier tome était l”Anti-Oedipe.

Il n’est pas composé de chapitres, mais de “plateaux”. Nous essayons plus loin d’expliquer pourquoi (et aussi pourquoi les textes sont datés). Dans une certaine mesure, ces plateaux peuvent être lus indépendamment les uns des autres, sauf la conclusion qui ne devrait être lue qu’à la fin.

 

            Pelo exposto, iniciamos uma leitura da obra pelo  capítulo que julgamos mais próximo da geografia, a saber, 14 . 1440-Le lisse et le strié (1980, p. 592-625)

            Foi engano! Não há proximidade com a geografia!

            O  espaço a qual ele se refere é um espaço kantiano. Um espaço sem cor local. Mais parece uma geometria, uma questão de pontos ... proximidade, distância .

            O trabalho  trata o espaço como se fosse um  número. Por exemplo, 1 , 2, 3 , ... ora, um número pode ter a sua materialidade, do tipo, duas caixas, três coelhos ... No entanto, o  número pode existir sem designar matéria. 1 é 1 , independente da língua que a pessoa utilize; independente da nacionalidade de que o manipula; independente dos sentimentos e ideologia de seus manipuladores. 1 é 1.

            Neste sentido, o espaço para Deleuze parece estar na mesma significação de um número, enfim, algo, insípido, algo dito. Os exemplos dados por ele são bem dispares; como se ele de fato tratasse espaço como  se fosse um número. É o espaço da música (entre as notas sonoras),  o espaço da geometria (de dentro, de fora) . Mas há também, o espaço histórico, o da longa duração.

            Ele aborda a cidade, o campo ... a oposição “lisse-strié” (p. 601) referente ao espaço, para logo em seguida tratar de Miller, Fitzgerald, Toynbee ... parece um texto bêbado!

            Mas, de qualquer forma, o espaço tem muito de noção de distância, algo geométrico (p. 606-608).

            Ainda, esta noção de ‘lisse-strié” para considerar o espaço é tido como objeto de mil e uma utilidades. Por exemplo, na p. 616, ele menciona a relação desta bipolarização como algo que  vai além do global , local. Definitivamente, Deleuze não é geógrafo, mas trás para si uma discussão sobre o espaço de forma muito peculiar. Mas, esquecendo a geografia. Não me consta que ele cite geógrafos!

            O texto de Deleuze parece  ser um texto psicografado!

           

O anti-édipo[5]

 

“Tudo funciona ao mesmo tempo nas máquinas desejantes, mas nos hiatos e rupturas, nas avarias e falhas, na intermitências e curtos-circuitos,  nas distâncias e fragmentações, numa soma que (p. 62) nunca reúne suas partes num todo. É que, nelas, os  cortes são produtivos, e são, eles próprios reuniões. As disjunções, enquanto disjunções, são inclusivas....” (2010, p. 61-62)

 

            ... Vá entender !

            ...  máquinas desejantes  ...

            ...os cortes são  reuniões ...

            ... disjunções inclusivas ...

            É uma linguagem que lembra Edgar Morin em sua obra O Método, ou Foucault em As Palavras e as Coisas.

            É uma linguagem muito afeita a uma dimensão alegórica ... máquinas desejantes ...

            Este estilo de exposição envolve uma dimensão claramente arbitrária, ... uma máquina deseja?  O que é uma máquina? O que é um desejo ? Para o autor, Deleuze, certamente máquina não é aquilo que costumamos entender como tal; e que desejo vindo de uma máquina  há de ser aceito por quem  entende que o desejo é um ato de vontade? Ato de vontade em máquina ?

            A obra de  Deleuze envolve muita literatura, psicanálise. Ao contrário de Foucault, por exemplo, onde pela história nós podíamos ter uma passe  na discussão sobre geografia.

 

Explorando o capítulo – III.2. A máquina territorial primitiva

 

A noção de territorialidade só é ambígua aparentemente. Com efeito, se a entendermos como um princípio de residência ou de repartição geográfica, é evidente que a máquina social primitiva não é territorial. Só o será o aparelho de Estado que, segundo a fórmula de Engels, “subdivide não o povo, mas o território” e substitui a organização gentílica por uma organização geográfica. Porém, mesmo onde o parentesco parece ter importância dos laços locais. É que a máquina primitiva subdivide o povo, mas o faz sobre uma terra indivisível onde se inscrevem as relações conectivas, disjuntivas  e conjuntivas  de cada segmento com os outros (por exemplo, a coexistência ou a complementaridade que há entre o chefe de  segmento e o protetor da terra).  Quando a divisão incide sobre a própria terra devido a uma organização administrativa, fundiária e residencial, não se pode ver  nisso uma promoção da  territorialidade, mas, ao contrário, o efeito do primeiro grande movimento de desterritorialização sobre as comunidades primitivas. A unidade imanente da  terra  como motor imóvel dá lugar a uma unidade transcendente de natureza totalmente distinta, que é a unidade de Estado; o  corpo pleno já não é o da terra, mas o do Déspota, o Inengendrado, que se encarrega agora tanto da territorialidade do  solo como da chuva do céu e da apropriação geral das forças produtivas. O socius primitivo selvagem era, portanto, a única máquina territorial em sentido estrito.  E o funcionamento de uma tal máquina consiste no  seguinte : declinar aliança  e filiação , declinar as linhagens sobre o  corpo da  terra, antes que haja um Estado. (Ibidem, 2010, p. 194)

 

            A passagem acima expressa um dos  poucos momentos que o autor faz menção à geografia.

            Assim, qual o mapa mental de Deleuze ?

            É um  mapa que não passa pela geografia, definitivamente, ao menos tendo a obra que consideramos.

            Porém, do destacado logo acima, entendemos que ...

            1 ) quando ele diz

A noção de territorialidade só é ambígua aparentemente. Com efeito, se a entendermos como um princípio de residência ou de repartição geográfica, é evidente que a máquina social primitiva não é territorial. Só o será o aparelho de Estado que, segundo a fórmula de Engels, “subdivide não o povo, mas o território” e substitui a organização gentílica por uma organização geográfica. Porém, mesmo onde o parentesco parece ter importância dos laços locais. É que a máquina primitiva subdivide o povo, mas o faz sobre uma terra indivisível onde se inscrevem as relações conectivas, disjuntivas  e conjuntivas  de cada segmento com os outros (por exemplo, a coexistência ou a complementaridade que há entre o chefe de  segmento e o protetor da terra).  (Ibidem, p. 194)

            A passagem designa uma noção de espaço geográfico enquanto um espaço geométrico, uma terra indivisível. Ora, por mais pequena que seja a comunidade , não há diferenciação territorial na mesma ? Proximidade a um  rio, a uma árvore ...

Continuando ..

Quando a divisão incide sobre a própria terra devido a uma organização administrativa, fundiária e residencial, não se pode ver  nisso uma promoção da  territorialidade, mas, ao contrário, o efeito do primeiro grande movimento de desterritorialização sobre as comunidades primitivas. A unidade imanente da  terra  como motor imóvel dá lugar a uma unidade transcendente de natureza totalmente distinta, que é a unidade de Estado; o  corpo pleno já não é o da terra, mas o do Déspota, o Inengendrado, que se encarrega agora tanto da territorialidade do  solo como da chuva do céu e da apropriação geral das forças produtivas. (Ibidem, p. 194)

 

            Ora, a divisão por uma organização administrativa não promove a territorialidade ? Novamente, fica reforçada a ideia do autor pensar espaço como espaço geométrico, enquanto distância.

            Por fim ....

. O socius primitivo selvagem era, portanto, a única máquina territorial em sentido estrito.  E o funcionamento de uma tal máquina consiste no  seguinte : declinar aliança  e filiação , declinar as linhagens sobre o  corpo da  terra, antes que haja um Estado. (Ibidem, p. 194)

            Afora, o observado, o pequeno trecho pressupõe que território é algo simbiótico ao corpo. Assim, somente o sócius primitivo é que engendraria território.

            Não deixa de ser curioso, mas talvez desta ideia do “somente o sócius primitivo é que engendraria território” temos uma noção rica para  discutirmos o determinismo na história da geografia. O determinismo geográfico teria algum pressuposto orgânico ?

            Quando consultamos o artigo “A geografia humana: suas relações com a geografia da vida” [6] , seu autor, Vidal de La Blache, observa que

 

Na zona tropical permanecem vastas extensões sobre as quais a dominação humana ainda aparece instável, precária ou, mesmo, inexistente. O interesse atual é o de ver qual poderá ser, nessas regiões em que a sua natureza parece proteger-se em sua exuberância,  a influência das poderosas civilizações contemporâneas – com as quais tais regiões apenas começam a entrar em contato.

 

Portanto, a Geografia humana merece esse nome porque estuda a fisionomia terrestre modificada pelo homem ; nisso ela é geografia . Ela não considera os fatos humanos senão em sua relação com a superfície onde se desenvolve o variado drama da concorrência dos seres vivos. Há, portanto,  fatos sociais e políticos que não entram em sua competência ou que a ela se ligam muito indiretamente ; não há espaço para incorporá-los.... (2012, p. 104)

 

            Agora, este é um texto de 1903, e a primeira versão do Anti-Édipo de Deleuze saiu em 1972, ou seja, a visão de geografia de Deleuze é muito devassada!

            Quando , por exemplo, consultamos a obra de Gilles Deleuze – Crítica e Clínica (1997), há uma pequena  esperança de ver encontrada algo que lembre a discussão de Michel Foucault sobre a clínica.

            Ledo engano, nada de espaço !

            Há uma imensa citação  de vários autores, cerca de 210  autores, mas nenhum geógrafo!

 

Deleuze e a literatura

 

- Kafka , por uma literatura menor [7]

 

            Deleuze começa caracterizando a obra de Kafka  como uma toca com várias entradas. (p. 9, 2014)

            É uma análise que trás algo para a geografia porque toca, em si, já tem uma dimensão geográfica, mas no curso da análise ele se refere à reterritorialização e desterritorialização , são termos relacionados a um processo da vida psíquica de seus personagens. (ibidem, p. 14-15)

            Por exemplo, nas p. 39-41 ele observa :

 

As três características da literatura menor são a  desterritorialização da língua, a ligação do individual no imediato-político, o agenciamento coletivo de enunciação. É o mesmo que dizer que “menor” não qualifica mais certas literaturas,  mas as condições revolucionárias de toda literatura no seio daquela que se chama grande (ou estabelecida). (p. 39, 2014)

 

Rica ou pobre, uma linguagem qualquer  implica sempre uma desterritorialização da boca, da língua e dos dentes. A boca, a língua e os dentes encontram sua territorialidade primitiva nos alimentos. Consagrando-se à articulação dos sons, a boca, a língua e os dentes se desterritorializam. Há . então, uma certa disjunção entre comer e falar – e, mais ainda,  malgrado as aparências, entre comer e escrever: sem dúvida pode-se escrever comendo, mais facilmente que falar comendo, mas a escrita transforma antes as palavras em coisas capazes de rivalizar com os alimentos. (p. 41, 2014)

 

            Na  p. 42, ele fala em reterritorialização espiritual ... 

Vá entender o que isto significa ...

Na p. 49, reterritorialização reacionária ... Einstein e sua reterritorialização do universo ...

            No resto do livro, há menção da muralha da China. Mas não é a muralha que conhecemos; ou seja, Deleuze pontua esta questão do espaço de uma outra forma, assim, a muralha passa a ser uma forma de Deleuze abordar o mundo mental de Kafka, ou seja, um mundo mental marcado por blocos e fragmentos. Como se Kafka navegasse com um nível de percepção para o qual Deleuze lança mão de diferentes ganchos para apreendê-lo, sonho, desejo ... espaço. Mas este último é muito pouco usado  na obra de Deleuze. Em  nota, até menciona  Foucault e sua abordagem sobre poder, mas o faz  de forma muito reptícia, Foucault foca poder, como  Deleuze reconhece, mas o modo de perceber de Deleuze está muito mais atento ao inconsciente de cada sujeito, no caso, como apreender o inconsciente de Kafka?

 

Proust e os signos[8]

 

            Deleuze opera uma  análise do mundo literário de Marcel Proust tendo  em conta sua obra prima – Em busca do  tempo perdido. Esta é considerada em diferentes dimensões, diferentes  planos, por exemplo, o da mundanidade, o do amor, o das  qualidades sensíveis, e o da arte. Cada dimensão tem um componente simbólico.

            Deleuze entende que a obra prima de Marcel Proust tem como  vetor a busca da verdade (2010, p. 14) . Uma verdade  que tem relação essencial com o tempo. Proust  acredita, na interpretação de Deleuze, que a busca da verdade não está assentada por uma tendência natural humana, mas devido a uma emergência, a uma situação que justifique tal atitude.

            Não há verdade, há a verdade do tempo (2010, p. 88). “...Só procuramos a verdade  no tempo, coagidos e forçados” (Ibidem, p. 91).

            Ao início da segunda parte da obra, já primeira linha, Deleuze observa : “Proust vive, a seu modo, a oposição entre Atenas  e Jerusalém.” (2010, p. 99)

            Proust, em sua obra -  Em busca do tempo perdido - apresenta o mundo do logos a partir de vários personagens e situações. Já o mundo que se referiria a Jerusalém tem muito mais a vez com a interioridade do autor, os sentimentos, o amor, o trato com as perdas; mas muito particularmente, sobressai a questão da culpa relacionada à sexualidade e sua reflexão sobre a morte.

 

Geofilosofia[9]

 

            É um capítulo enigmático no livro – O que é filosofia ? – afinal, por que dele no contexto da obra ?

            Quantos filósofos nós lemos e há uma especificação voltada para geografia ?

            Parece ter uma influência direta de Kant, que destaca a noção de tempo e espaço na contextualização  do ato de pensar humano.

            Ele adota termos caros à geografia, tais como – territorialização, desterritorialização, reterritorialização ... -

            A impressão que  dá é ser o livro um grande ato exploratório dos autores. Deleuze e Guatarri  partem da premissa, já registrada nas primeiras páginas do livro, que filosofia não é reflexão no sentido de contemplação (p. 12). Filosofia é conceito (p. 23 ... )

            Enquanto conceito, os autores enveredam por uma vertiginosa senda das palavras, discussão da linguagem, seus sentidos ... até topar na terra, no espaço, na geografia.

            Vamos ao capítulo !

            “O sujeito e o objeto oferecem uma má aproximação do pensamento...” (2010, p. 103)

            Assim começa o capítulo , ainda ...  “Pensar se faz antes na relação entre o território e a Terra” ...(ibidem, p. 103)

            Desisto !

            Pensamento seria o quê?

            Terra e território são o quê?

            Você tem literalmente uma arbitrariedade absurda na condução da discussão.

            Terra  para Deleuze não é esta que fica debaixo de nossos pés, se é , por que citar tal termo para considerar o pensar ?

            E território, território e Terra como fenda para o pensar !

            Ora, na medida que há anarquia nas palavras, ou seja, elas não são o que designam porque nada designam, assim, tudo lhe pode ser imputado.

            Ainda, como fazer filosofia desta forma ?

            Se a pessoa recorre a um texto como Metafísica de Aristóteles, ou República de  Platão. Nós temos uma total deferência pelas palavras. Cada palavra é pensada, articulada, nada é acidental.

            No caso de Deleuze, ...sujeito e objeto como má forma de se chegar ao pensamento. Tanto um quanto outro remontam uma certa base positivista pela qual se interpreta o agente do pensamento enquanto sujeito , e o que este examina enquanto objeto; uma situação por demais artificial, como se não houvesse uma interação dialética entre as partes ... mas daí afirmar Terra e  território tem entre si relação ... É como se evitasse um buraco caindo  num abismo!

            Outra pérola ... “a terra não cessa de operar um movimento de desterritorialização in loco, pelo qual ultrapassada todo território : ela é desterritorializante e desterritorializada.” (2010, p. 103)

            Não dá para continuar!

            A Terra para ele não é a Terra das aulas de geografia .

            Território para  ele  não é território , afinal, como uma terra pode operar um movimento de diluição que vai além dela própria ... ? No fundo, está falando do além, tendo por conta um vocabulário da disciplina de geografia.

            Seria mais adequado se ele se propusesse falar  de teologia, com os termos que lhe são próprios. Mas como Deleuze é ateu, fala do céu a partir do reino da  terra.

           

            Por mais que critiquemos a realidade  e a nossa capacidade de conhece-la, isto não nos tira a autoridade de dizer que algo há.

            Quando, por exemplo, jogamos xadrez; só podemos dar xeque no Rei. No xadrez, podemos perder qualquer peça, menos o rei; quando isto ocorre, perdemos o jogo!

            Se esta noção elementar de bom senso é adotada por quem joga xadrez; e isto ocorre em qualquer campeonato organizado em seu nome; por que não devemos entender que bom senso também deva ocorrer na forma  como nos comunicamos com as pessoas ? Para ter filosofia é fundamental o respeito às palavras!

 

            As coisas são!

            Se estou no quinto andar de um prédio, não há como chegar ao terceiro sem passar pelo quarto!

            Se da janela  de um prédio uma pessoa resolve pular, ela certamente  não voará!

            Enfim, a função da linguagem é o de traduzir o significado das coisas. Como as coisas são, elas têm significado e a linguagem visa expressar este significado. Pelo  fato da linguagem expressar o significado das coisas , isto torna possível  a tradução – se uso os termos : home, maison, wohnung,  habitación ... um brasileiro, francês, alemão  e espanhol terão consenso entre eles de que se trata de moradia, mesmo que cada um só conheça a  sua língua materna. A linguagem, de  forma alguma é arbitrária. Quando se torna, deixa de ser linguagem.

 

Para entender Gilles Deleuze, leie Kant

A Filosofia Crítica de Kant [10]

 

            Nunca vi uma interpretação mais clara e sucinta  sobre as  obras que compõem a  Filosofia Crítica de Kant como esta  proporcionada por Gilles Deleuze. [11]

            Mas a questão fundamental é : o pensamento de Kant tem  uma marca,  que me parece fundamental para a compreensão de Deleuze.

            Para Kant, na relação entre sujeito e objeto, o sujeito submete o objeto; ou seja, “... a faculdade  de conhecer é legisladora ou,  mais precisamente, que há algo de legislador na faculdade  de  conhecer . (De  igual modo, algo de legislador na faculdade de desejar.) Assim, o ser dotado de razão descobre em  si novos poderes.  A primeira coisa que a revolução copernicana nos ensina é que somos nós que comandamos...” (2012, p. 22)

            Não há objeto, ele é construído, concebido. A grosso modo,  assim o é se lhe parece ser.

            Na academia, se fala muito em questão – qual  a tua questão  ? É o caminho da construção de seu objeto de estudo. A mente tudo pode!

            No entanto, por mais que se concebe; por mais que se conceitue, por mais que nos vejamos mergulhados em  nosso cabedal teórico; o fato é que há uma realidade em curso que independe do que se pensa  sobre  ela. Ela simplesmente é!

            Um exemplo um pouco  dramático, mas não deixa de ser bem didático, se apresenta quando falamos da morte. Com esta não há papo! É , e pronto! Não há revisão conceitual que resista! Não há  revolução copernicana que possa colocá-la em dúvida; não há como fugirmos de sua realidade quando estamos a  construir o objeto morte! Podemos até fazê-lo, tipo, morte social,  morte psicológica, morte econômica, mas nada  nos pode tirar a imagem do  que ela é de fato!

            Enfim,  certamente há temas não tão visíveis; mas o que se quer aqui frisar é a dimensão de que a realidade vai muito além de nossa base conceitual. A rigor, esta, a base conceitual,  só presta se de algum modo nos torna aptos a melhor  conhecer nosso entorno e melhor dominá-lo.

            Algo semelhante podemos frisar em relação à linguagem.

            Arnold Toynbee em seu alentado estudo – Estudio de la historia (com  vários volumes) – observa em  seu quinto volume , (1962, p. 504), a importância do latim. Num dado momento, os países passaram a abandonar o  latim, e países como Hungria tão marcado por divisões étnicas, o abandono de um língua neutra ensejou uma série de incompreensões na configuração de  entendimentos buscando acordos. Enfim, na questão da  língua, não se é possível  ser arbitrário, quando assim se é temos literalmente a figura simbólica da  Torre  de Babel. 

            Por fim, para quem queira aprofundar no tema. Para entender Kant é importante ler Hume. E sobre este Gilles Deleuze  tem um excelente trabalho de análise intitulado  - Empirismo y subjetividad - .[12]

 

Lógica do sentido[13]

 

            É considerada um dos clássicos da produção bibliográfica de Gilles Deleuze.

            Tem como um dos nortes a obra de  Lewis Caroll.

            Para quem é do ramo literário articulado  à psicanálise, é um prato cheio.

            Enquanto geógrafo, a leitura se mostra interessante enquanto apreensão de uma nova forma de olhar. Agora, é duro! Por exemplo, no  seu capítulo intitulado Vigésima Primeira Série : Do Acontecimento (p. 151-156).  Ele transforma o acontecimento  como um não acontecer ...

 

Gilles Deleuze  e a Geografia, é possível ?

 

            Ele trabalha com a psique humana, porém , com um olhar para a sua situação histórica.

            Ele está voltado à subjetividade , à interioridade  . Espaço, por exemplo, tem uma dimensão distinta quando consideramos um pescador, por exemplo. Para este, o  espaço é uma tradução de uma comunicação com o qual ele possa sustentar sua família, para tanto, ele aprende a ler o significado das cores do mar, os sentidos dos ventos, a coloração diferenciada do céu ... espaço é necessidade ...

            Para Gilles Deleux e Felix Guatarri , espaço é necessidade porém em outros termos, ou seja, de que forma a espacialidade induz uma nova sociedade ? Há de levar em conta o inconsciente , a ambiencia. A rigor, todo o entorno ao humano está refém das estruturas psíquicas, das disposições psíquicas daqueles que estão neste entorno.

            Novamente, citando o caso do louco ; o que é o espaço para um louco ? Um espaço totalmente capturado pela sua fantasia ... imaginando, por exemplo, que na esquina encontra-se seu assassino! Já o não louco, qual a sua relação com o espaço ? O não louco não tem medo, avança, se intera, modifica ... há uma espacialidade da qual participa, se intera e atua. O espaço  depois da passagem da pessoa fica diferente.

 

Gilles Deleuze x Felix Guatarri

 

            Ao  longo da vida, foram grandes parceiros  intelectuais. Pode-se dizer que o nervo da produção intelectual é algo comum. Porém, há diferenças, é o que trataremos.

            Parece que uma grande diferença entre ambos se dá justamente quando estamos a procurar geografia; em Felix Guatarri é muito mais fácil encontrar !

            Félix Guatarri considera a ecologia; Gilles Deleuze nem tanto.  Pode-se dizer que Félix Guatarri é pioneiro na consideração entre filosofia e ecologia.

            Há uma pequena obra editada em português, pela editora Papirus, intitulada – As três ecologias. [14]

            Nele podemos ter sinais do caráter inovador de Félix Guatarri, ou seja, ele fundamenta a argumentação de que ecologia não é apenas meio ambiente; ecologia não é apenas do interesse humano; ecologia é também subjetividade. É um trabalho ímpar, pequeno mas ímpar.

            Guatarri observa que a natureza não só existe, é também uma realidade íntima ao homem.

            Isto lembra a leitura de uma obra do historiador Arnold Toynbee -  Os desafios de nosso século – no qual ele resgata que durante séculos o ser humano esteve à sua animalidade; o deslocamento, por exemplo, dependia do corpo ou do uso de um animal como há séculos; porém, com o uso da máquina (trem, carro, avião) a noção de deslocamento perdeu seu assento natural; assim, a psique humana assentada em profundos laços naturais, é forçada  a se adaptar.

            Felix Guatarri aprofunda o tema e observa –

 

Tentemos, agora, cercar mais de perto as implicações de uma perspectiva ecosófica desse tipo sobre a concepção da subjetividade. 

 

O sujeito não é evidente: não basta pensar para ser, como o proclamava Descartes, já que inúmeras outras maneiras de existir se instauram fora da consciência, ao passo que o sujeito advém no momento em que o pensamento se obstina em apreender a si mesmo e se opõe a girar como um pião enlouquecido, sem enganchar em nada dos Territórios reais da existência, os quais por sua vez derivam uns em relação aos outros, como placas tectônicas sob a superfície dos continentes. Ao invés de sujeito, talvez fosse melhor falar em componentes de subjetivação  trabalhando, cada um, mais ou menos por conta própria. Isso conduziria necessariamente a reexaminar a relação entre o indivíduo e a subjetividade e, antes de mais nada, a separar nitidamente esses conceitos. Esses vetores de subjetivação não passam necessariamente pelo indíviduo, o qual, na realidade, se encontra em posição de “terminal” com respeito aos processos que implicam grupos humanos, conjuntos sócio-econômicos, máquinas informacionais etc. Assim, a interioridade se instaura (p.  18) no cruzamento de múltiplos componentes relativamente autônomos uns em relação aos outros e, se for o caso, francamente discordantes.

 

Sei que um argumento desse tipo ainda permanece difícil de ser entendido, sobretudo em contextos onde continua a reinar uma suspeita, e mesmo uma rejeição de princípio, com relação a toda referência específica à subjetividade. Em nome do primado das infra-estruturas, das estruturas ou dos sistemas , a subjetividade não está bem cotada, e aqueles que dela se ocupam na prática ou na teoria em geral só a abordam usando luvas, tomando infinitas precauções , cuidando para nunca afastá-la demais dos paradigmas pseudocientíficos tomados de empréstimo,  de preferência, às ciências duras  : a termodinâmica, a topologia , a teoria da informação, a teoria dos sistemas, a linguística etc. Tudo se passa  se um superego cientista exigisse reificar as entidades psíquicas e impusesse que só fossem apreendidas através de coordenadas extrínsecas. Em tais condições, não é de se espantar que as ciências humanas e as ciências sociais tenham se condenado por si  mesmas a deixar escapar as dimensões intrinsecamente evolutivas, criativas e autoposicionantes dos processos de subjetivação. O que quer que seja, parece-me urgente desfazer-se de todas as referências e metáforas cientistas para forjar novos paradigmas  que  serão, de preferência, de inspiração ético-estéticas. (Guatarri, 1990, p. 17-18) 

 

            De certa forma, a obra é uma espécie de programa de governo global,  segundo a qual a crise ambiental, para ser sanada, envolve dimensões que  vão para além da matéria.

            A ponte para a geografia, por sua vez, está justamente na consideração entre o  físico e o humano. Este,  o humano, nunca é estritamente físico, a rigor, é espírito também.

            Aliás, se olharmos com atenção a história humana, percebemos que o que nos chega de antigos  tempos, são frutos do esforço espiritual. Por exemplo, Evangelho, Torá, Alcorão; as obras de literatura  como Divina Comédia de Dante Aligheri, D. Quixote de Miguel de Cervantes, Os  Lusíadas de Luís de Camões; ainda, obras musicais como os Concertos de Brandenburgo de Johann Sebastian Bach, a 5. e a 9. sinfonias de Beethoven, Flauta Mágica de Mozart ...  Podemos  pensar nas pinturas e afrescos, como as encontradas na Capela Sistina no Vaticano, no Museu do Louvre , Museu do Prado...

            As obras materiais, como o Castelo  de Westminster em Londres, Torre Eiffel em Paris, Estátua da Liberdade  em Nova York acabam no esquecimento em relação aos seus autores. Ao fim e ao cabo,  o que importa no ser humano é o espírito; a sua vida espiritual. Por exemplo, São Francisco de Assis, tendo nascido em 1181, é reatualizado até os dias de hoje,  hoje por força da questão ambiental; Adolf Hitler, por sua vez, em que pese todo o seu poder à sua época, continua nos dias atuais um  verdadeiro  peso na consciência do povo alemão.

 

Conclusão

 

            Ao início do texto falava em FOGO ! E a necessária consideração sobre suas características.

            Porém, a linguagem não é uma espécie de espartilho que acabe sufocando a capacidade de melhor compreender seu entorno, a linguagem está a seu serviço. Por esta perspectiva é possível – Milton Santos, Michel Foucault, Gilles Deleuze, Feliz Guatarri, Edgar Morin, ... – que de certa forma subvertem a linguagem na intenção de apontar para uma realidade que de outra forma não se percebe.

            Tal situação da linguagem e as diferentes formas de se compreender a realidade a partir de novos ditos, conceitos (se preferir), me lembra a experiência que tive com a chamada arte contemporânea. Esta também busca uma nova forma de expressão ... francamente julgava ser fruto de uma boa dose de charlatanismo ... maneira fácil de ganhar dinheiro não pintando e dizendo que era arte. Tive esta visão totalmente transformada quando visitei o Centro de Arte Georges Pompidou ... que grata surpresa ! A arte contemporânea é a arte de nosso tempo com o material do nosso tempo a partir das nossas questões. Vi nela muito engenho, porque não dizer, tecnologia. A ciência da cor, a ciência da resistência dos materiais, a ciência da propaganda, da comunicação visual ... enfim, vi nela muito da revolução industrial, das transformação da área de serviço, comércio, enfim, uma arte que acompanha nosso tempo. Há charlantanismo ... sim, mas existe uma grande ARTE CONTEMPORANEA.

            Voltando para nosso caso, não se pode ter uma atitude muito rigorosa em relação aos dizeres , ao fim e ao cabo, o que nota é uma busca, as vezes , angustiada, de se compreender o nosso vertiginoso tempo histórico.

 

            Parece que Deleuze é melhor, e brilhante, quando está analisando trabalho de terceiros. 

            Quando passa a pensar  por conta própria .... Nos inserimos no reino  da arbitrariedade linguística!

            Não vejo em Deleuze falta de inteligência, longe disto, mas parece  que ele veio a ser seduzido pela audiência. Ele virou, ao seu tempo, um particular show business intelectual, palestras concorridas, vendas de livros em progressão ... ele  se deixou seduzir pelo aplauso. Vivemos num tempo, quanto menos claro for uma pessoa, melhor; melhor dizendo, vivemos um tempo no qual há um rigor na cobrança de método,  conceito ... , porém,  dos maiorais do show business intelectual , há um notória leniência. Estes, ao contrário de um Marx, Platão, Rousseau, primam pela não  clareza;  como se fizesse parte do negócio, negócio no  seu sentido literal, a criação de uma certa redoma, algo enigmático, algo obscuro mesmo, gerando uma sensação na platéia de estar diante de uma sumidade; quando , a rigor, estamos diante de um promotor de evento literário.

            Deleuze tem uma marca revolucionária. Seu tempo foi revolucionário. Deleuze se tornou Deleuze com o  movimento estudantil europeu de maio de 68.  Mas ele se perdeu ... quando não mais tinha algo interessante a  dizer, passou para um viés heterodoxo. Em vez de  se calar, e estudar mais  ...  não, continuou falando, mas falando o que agradava e mantinha a sala cheia.

            Quando penso no que Einstein trouxe há 100 anos, temos a noção de que a realidade é muito mais do que imaginamos .. como já observou Shakespeare.

            Em resumo, sem dúvida a realidade nos torna um eterno aprendiz, mas para tanto, temos de bem escolher nossos  guias.

 

Bibliografia

 

ALBET, Abel & BENACH, Núria – Doreen Massey, un sentido global del lugar . Barcelona: Icaria, Espacios Críticos, 2012.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix – Mille Plateaux , capitalisme et schizophrénie 2 . Paris : Éditions de Minuit , 1980.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix – O  anti-édipo. Trad. de Luiz B. L. Orlandi . São Paulo: Ed. 34 , 2010.

DELEUZE, Gilles – Crítica e clínica . Trad. Peter Pal Pelbart . São Paulo : Ed. 34 , 1997.

DELEUZE, Gilles – Lógica do sentido. Trad. Luiz Roberto Salinas. São Paulo : Ed. Perspectiva , 2011.

DELEUZE, Gilles – A filosofia crítica  de Kant. Trad. Germiniano Franco. Lisboa: Edições 70, 2012.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI,  Félix – Kafka, por uma literatura menor  . Trad.  Cintia Vieira da Silva. Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2014.

DELEUZE, Gilles & GUATTARI,  Félix – O que é  a filosofia ? Terceira edição, trad. Bento Prado Jr. e Alberto Alonso Munoz . São Paulo : Ed. 34 , 2010.

DELEUZE, Gilles – Proust e os signos. Trad. Antonio Carlos Piquet & Roberto Machado.  Rio de Janeiro : Forense Universitária, 2010, 2. edição.

DELEUZE, Gilles – Empirismo y subjetividad. Barcelona : Ed. Gedisa, 2007.

GUATARRI, Félix – As três ecologias, trad. Maria C. F. Bittencourt . Campinas , SP : Ed. Papirus, 1990.

LA BLACHE,  Vidal – A geografia humana : suas relações com a geografia  da vida In Haesbaert , Rogério et alli (orgs.) Vidal, Vidais . Rio de Janeiro : Ed. Bertrand Brasil, p. 99-124,  2012.

MASSEY, Doreen - La filosofía y la política de la espacialidad: algunas consideraciones In Doreen Massey, un sentido global del lugar . ALBET, Abel & BENACH, Núria ed. Barcelona: Icaria, Espacios Críticos, 2012, p. 156-181 .

TOYNBEE, Arnold – Estudio  de la história. Trad. Vicente Fantone. Buenos Aires : Emecé Editores ,  Vol. V, 1962.



[1] Artigo encontrado na obra editada por Abel Albet e Núria Benach intitulada – Doreen  Massey , um sentido global del lugar. Barcelona : Icaria, Espacios Críticos , 2012.

[2] Artigo encontrado na obra editada por Abel Albet e Núria Benach intitulada – Doreen  Massey , um sentido global del lugar. Barcelona : Icaria, Espacios Críticos , 2012.

[3] Consulte suas palestras sobre filosofia no Youtube, é constante esta observação. Por exemplo : https://m.youtube.com/watch?v=UsCml-8DhoE

[4]DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix – Mille Plateaux , capitalisme et schizophrénie 2 . Paris : Éditions de Minuit , 1980.

[5] DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix – O  anti-édipo. Trad. de Luiz B. L. Orlandi . São Paulo: Ed. 34 , 2010. Trata-se do primeiro volume da grande obra Capitalisme et schizopherénie, aqui utilizada segundo uma tradução para o português.

[6] Vidal de La Blache In Vidal, Vidais (Haesbaert, Rogério et alli orgs.) p. 99-124 (2012).

[7] Gilles Deleuze & Félix Guattari – Kafka , por uma literatura menor . Trad. Cintia Vieira da Silva , Belo Horizonte, Autêntica Editoram, 2014.

[8] Gilles Deleuze – Proust e os signos. Trad. Antonio Carlos Piquet & Roberto Machado. Rio de Janeiro : Forense Universitária, 2010, 2. edição.

[9] Capítulo do livro – O que é filosofia ? (1992) de Gilles Deleuze e Felix Guattari , p. 103-136

[10] Gilles Deleuze, Lisboa, Ed. 70, 2012.

[11] A filosofia crítica de Kant é composto por – Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Crítica da Faculdade de Julgar.

[12] DELEUZE, Gilles – Empirismo y subjetividad. Barcelona : Ed. Gedisa, 2007.

[13] DELEUZE, Gilles – Lógica do sentido. Trad. Luiz Roberto Salinas. São Paulo : Ed. Perspectiva , 2011.

[14] Felix Guatarri  - As três ecologias – trad.  Maria Cristina F.  Bittencourt . São Paulo : Ed. Papirus, 1990.