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Revista geo-paisagem (on line) Ano 12, nº 24, 2013 Julho/Dezembro de 2013 ISSN Nº 1677-650 X Revista indexada ao Latindex Revista classificada pelo Dursi Revista classificada pela CAPES |
O planejamento do
espontâneo: ordenamento territorial e carnaval de rua[1]
Juan Pablo Zbrun Luoni
(juanluoni@gmail.com)
Apresentação
O
estudo aqui apresentado é fruto de inquietações despertadas no autor, durante a
passagem do carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro no ano de 2010. Neste
sentido o presente trabalho tem por objetivo central, propor uma reflexão sobre
o atual processo de normatização e empresariamento da gestão do carnaval de rua
e a atual lógica de ordenamento territorial
empreendida pelo governo municipal. Em segunda instancia procura-se apontar as
tensões identificadas no seio do fenômeno estudado assim como incorrer sobre a
coerência, a lógica e as razões (GOMES, 1997) do arranjo físico-espacial em que
elas ocorrem no espaço urbano da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Para
o desenvolvimento da pesquisa parte-se da seguinte hipótese principal: a
existência de uma relação entre o Poder público Instituído e as festas urbanas
de caráter coletivo existentes no Brasil.
De
acordo com o Professor Nelson Nóbrega, do departamento de Geografia da UFF, a
questão coloca-se nos seguintes termos:
O domínio sobre as grandes festas populares como o carnaval foi
tão premente e importante para o controle e desenvolvimento da cidade quanto as ferrovias, planos urbanísticos, posturas municipais,
medidas de higiene etc., reafirmando o princípio de que as transformações
urbanas não se resumem a sua materialidade, mas também envolve as dimensões
imateriais e do imaginário. (NÓBREGA, 2001. p.15)
Entende-se que
os blocos de rua são uma manifestação própria ao espaço público da cidade do
Rio de Janeiro, inseridos numa herança cultural de festas coletivas que se
realizam desde os tempos da colônia. Trata-se neste trabalho de pesquisa de um
determinado tipo de bloco carnavalesco. Aqueles cujos pioneiros tiveram origem
nos anos 60 e 70 a exemplo do “Cacique de Ramos”, do “Bafo da Onça”, do “Boêmios de Irajá” que foram denominados à época como
“Blocos de empolgação de rua”. Os locais geográficos de sua performance
eram tradicionalmente o centro da cidade do Rio de Janeiro e seus bairros de
origem. Estes “blocos de empolgação” se distinguiram de outros blocos, em
particular os “Blocos de enredo” que deram origem às atuais Escolas de Samba,
embora tenham formatos semelhantes.
Destaca-se que ao longo de sua história, as
manifestações coletivas estiveram intrinsecamente relacionadas à política, à
economia, e à vida social e cultural das sociedades onde existiram. Desde os
tempos da colônia, a relação entre poder instituído e as manifestações
coletivas ocorridas no espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro, viveram
períodos de tensões, de conflitos e diálogo. Cabe lembrar o período histórico
onde ocorreu a proibição do jogo do entrudo[2]
e o surgimento do Congresso das Sumidades Carnavalescas[3]
em meados do século XIX analisado pelo Professor Ferreira, do corpo docente da
UERJ, em seu livro Inventando Carnavais.
Como
narra o historiador Sebe em relação às raízes carnavalescas do Brasil:
Pode
tranquilamente considerar que se trata de uma rede infindável de manifestações
regionais que, através dos tempos, tem recebido um tratamento nivelador,
tentando determiná-la como se fossem uma única manifestação. Aspectos
ideológicos, de nuances nacionalistas tratam de aproximar
as variações, diminuindo as diferenças, principalmente pelo efeito da indústria
cultural. (SEBE, 1986: 33).
No tocante as manifestações
populares que surgiram na cidade do Rio de Janeiro Nóbrega aponta que:
nos vinte anos que se estenderam de 1890 a 1910 identifica-se o
aparecimento de quatro novas formas de manifestação carnavalescas: os cordões,
ranchos e blocos, na década de 90, e o corso, em 1907. Enquanto os cordões,
ranchos e blocos descendem de festas religiosas do mundo colonial escravista,
com forte presença de negros e africanos (Nóbrega, 2003: 01).
Cunha na passagem abaixo, a partir do proposto por
Ferreira, teoriza sobre as origens do carnaval carioca e a participação dos
diversos elementos envolvidos em sua história:
O Carnaval carioca,
resultado de diferentes ações e elementos distintos como as sociedades, os
grupos carnavalescos, “estandartes, trama urbana, fantasias, seringas,
limões-de-cheiro, decoração de ruas, população da cidade e artigos na imprensa,
entre outros atores” não refletirá apenas o gosto da elite e nem somente a
reação “verdadeiramente popular” das classes menos favorecidas da população,
mas será na verdade uma resposta combinada da tensão entre “seus diversos
atores humanos e não-humanos: um produto de processos
e relações em que todos os elementos se revestem de importância ou, de acordo
com a teoria ator-rede, uma teia de significados influenciada pelas formas que
a compõem”. (CUNHA, 2008: 159).
O
carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro, inserido em uma tradição de festas
coletivas de caráter multifacetário e de múltiplos significados, é aqui
analisado desde a perspectiva do ordenamento territorial do espaço urbano.
No
contexto geográfico da “nova cidade[4]”
- definição do atual prefeito Eduardo Paes ao referir-se ao atual ciclo de
reforma urbana pelo qual passa a cidade do Rio de Janeiro - procura-se
identificar os mecanismos de gestão administrativa
direcionados ao carnaval de rua. Nesta perspectiva trata-se de
identificar os agentes produtores do espaço urbano carnavalesco, assim como os
decretos e contratos oficiais que proporcionam a legalidade do evento.
O
presente trabalho traz à tona o momento atual da relação no tocante ao carnaval
de rua da cidade: poder instituinte - a praça - e o poder instituído – a
prefeitura municipal da cidade do Rio de Janeiro -[5].
Neste
particular, o Professor Gomes do corpo docente da UFRJ (1997, p.36) registrou
que: “o fato de que este arranjo físico das coisas é o que vai permitir que
determinadas ações se produzam, ou seja, as práticas
sociais são dependentes de uma certa distribuição ou “arrumação” das coisas”.
Entende-se
que a revitalização / refuncionalização / requalificação[6]
de espaços da cidade, em operação pelo governo municipal, pré-dispõe um
determinado arranjo físico-espacial e, objetiva o direcionamento de fenômenos políticos,
econômicos e socioculturais na cidade do Rio de Janeiro. Cabe, pois refletir
sobre o carnaval de rua, como objeto espacial, e a lógica de seu atual arranjo
espacial, em sua relação com o ordenamento territorial do governo municipal. Como
também refletir a disposição empreendida pelos “sujeitos celebrantes”, num
esforço de qualificação do espaço carnavalesco. Ainda conforme Gomes (1997,
p.38) “efetivamente, o objeto da geografia é este espaço, que simultaneamente é
disposição física das coisas e praticas sociais que ali ocorrem”.
Sendo
o carnaval de rua um ícone exponencial da cidade do Rio de Janeiro, ele deve
ocorrer em sintonia com o projeto de cidade que se propõe ou pelo menos no
tocante a sua imagem – organizado, limpo, lucrativo, civilizado e com seu
arranjo físico-espacial determinado. O discurso atual de um carnaval civilizado
se equivale ao discurso da modernidade republicana de meados do século XIX onde
as antigas manifestações populares herdadas do passado português -
genericamente denominadas de entrudo, eram sujas, feias, ultrapassadas,
agressivas.
Nos
dias atuais lê-se no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro:
Nos últimos anos, a Prefeitura do Rio, por meio da
Secretaria de Turismo/Riotur, em parceria com a Dream Factory e a Ambev, transformou o carnaval de rua da cidade em
um produto turístico organizado, um evento que é bom tanto para foliões quanto
para quem não brinca o carnaval e, também, em uma propriedade valiosa para as
marcas” (Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Ano
XXVI • No 204 • Rio de Janeiro, Quinta-feira,
17 de Janeiro de 2013).
A
partir de uma leitura analítica da passagem acima se identifica na realização
do carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro, no ano de 2013, sob a forma de
uma parceria publico privada, a cristalização do modelo de gestão
administrativa adotado pelo atual governo municipal[7].
Podendo-se identificar o discurso embutido nas entrelinhas da passagem citada –
produto, ordem, propriedade.
Para ponderar sobre a hipótese principal – a
existência de uma relação entre o atual modelo de ordenamento territorial
urbano e o arranjo físico-espacial do atual carnaval de rua da cidade do Rio de
Janeiro, foram identificados os mecanismos de administração municipal -
decretos e contratos divulgados no DOM-RJ.
Os
mecanismos de gestão urbana – decretos municipais, contratos oficiais,
publicações no DOM-RJ são de fundamental importância para compreender a
produção atual do espaço vivido. Em particular, o espaço urbano produzido
durante o carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro e seu arranjo físico
espacial.
Sendo
a pesquisa orientada por uma abordagem geográfica, a utilização dos conceitos
de espaço, escala, território, agentes produtores do
urbano pretende corroborar a importância da ciência geográfica como campo do
saber para a interpretação e analise da dinâmica social. Ao refletir sobre o
momento atual da relação entre o poder publico e as festas de caráter popular,
se traz à tona uma temática que percorre a história da sociedade brasileira.
Seguindo o apontado por Gomes (1997: 14), onde a ciência geográfica deve estar
“atenta sobre as questões emergentes postas pelos novos
contextos sociais que a atravessam e, finalmente, atenta ao seu papel, como
campo de reflexão e ação na sociedade”.
Para
a elaboração desta pesquisa foram utilizados dados de campo - coletados durante
a passagem dos blocos, documentos retirados do DOM-RJ, entrevistas com pessoas vinculadas
ao carnaval de rua, assim como jornais de grande circulação, revistas
especializadas e páginas web. Estes
dados foram amplamente analisados à luz de bibliografia predominantemente
geográfica, histórica e urbanística.
Deixa-se
em aberto outras linhas interpretativas em vista a investigações futuras: as
consequências socioculturais da possível neutralização e domesticação de
resistências e práticas sociais; a perda da espontaneidade festiva; uma analise
do discurso oficial atual; dentre outras perspectivas de estudo.
Conforme
nos aponta Nóbrega (2001, p.8):
É
claro que hoje a situação é bem diferente; como geógrafos, já não temos que
pedir perdão para estudar temas como uma festa popular e profana na sua relação
com a cidade e a própria identidade nacional. Os resultados dos esforços de
revisão crítica das ideias e do pensamento geográfico nas duas últimas décadas
autorizam a investigação de problemas como normas, valores e o imaginário
social não mais como objetos externos e proibidos. Mais importante ainda é
constatar que a geografia nunca esteve afastada dos debates sobre a cultura,
não sendo, portanto, surpreendente que em todas as escolas e correntes do
pensamento geográfico se possa identificar uma certa
teoria da cultura. Desde Herder, passando por Humbolt, Vidal de La Blache,
Ratzel, Sauer e outros que a geografia se envolve com o debate sobre a cultura,
reproduzindo e dialogando com as diversas teorias presentes em cada época,
dando razão a Gomes (1996, 13) sobre o equívoco de uma certa
caracterização da geografia como uma ciência habitualmente “atrasada” em
relação aos debates epistemológicos de cada época.
Com
base no exposto procurar-se-á no primeiro capítulo elaborar um quadro
conceitual que proporcione a visualização do fenômeno urbano em sua totalidade
- a transferência de modelos de planejamento e gestão e políticas públicas,
entre os países do sistema mundo. Em palavras de Arantes (2000, p. 38), “nas
cidades globais certamente causa a melhor das impressões, razão a mais para se
replicar o modelo nos enclaves da periferia”.
Nessa
perspectiva analítica a Professora Fernanda Sanchez, do quadro docente da Faculdade
de Arquitetura da UFF (2010, p.45) anuncia no contexto da cidade contemporânea,
a transformação de cidadãos em consumidores e a própria cidade como mercadoria
– “algo para ser anunciado e vendido para a população, como qualquer outro
produto lançado no mercado”. Não apenas como lugar de compra e venda de
mercadorias, se não ela própria, a cidade, como mercadoria. Neste sentido
Oliveira (2009, p.7) registrou que é o
“mecanismo institucional de promoção e venda da cidade, em tese,
altamente benéfica para os governos municipais, visto que, ao promover a imagem
da cidade e seus atributos, atrairiam novos investimentos, divisas e gerariam
empregos e renda para o município”.
Em
perspectiva histórica David Harvey (1989, p.181) nos sinaliza:
De
fato, pode-se afirmar com segurança que as mudanças na política urbana e o
movimento rumo ao empreendedorismo têm desempenhado um importante papel
facilitador na transição dos sistemas de produção fordista localizacionalmente
rígidos, suportados pela doutrina do bem-estar estatal keynesiano, para formas
de acumulação flexível muito mais abertas em termos
geográficos e com base no mercado [8].
O
capítulo dois aprofunda os pormenores do acontecimento em escala local – a
cidade do Rio de Janeiro. Procura-se verificar o estabelecimento de uma
parceria publico privada como mecanismo de gestão do carnaval de rua da cidade.
Assim o empresariamento dirigido pelo setor privado e possibilitado pelo setor
público, justifica a utilização dos termos empresariamento e oficialização.
Para
a realização do evento são cadastrados todos aqueles autorizados a participar –
blocos e promotores de vendas, assim como estabelecidos os dias, horários e
percursos a serem percorridos pelos blocos. Os agentes produtores do espaço
urbano são identificados nas diversas publicações do DOM-RJ.
Ressalva-se
que este aparelhamento do carnaval carioca, possui lógica distinta e ocorre em
paralelo à histórica economia criativa e informal existente antes, durante e depois
da folia.
No
capitulo três o estudo procura dar voz aos “sujeitos celebrantes”. Busca-se
verificar as estratégias adotadas por aqueles que vivenciam as ruas durante a
passagem dos blocos de rua. Ao analisar suas posturas em relação ao poder
instituído se constata uma diversidade no tocante à
posturas e estratagemas de ocupação do espaço urbano carnavalesco. Assim tem-se
desde atitudes que buscam dialogar com o poder público, a instâncias que se
negam a qualquer tipo de normatização no espaço carnavalesco.
Frente ao exposto,
depreende-se a existência de tensões sociais em torno do processo normalizador
empreendido pelo Governo Municipal a partir do Decreto Nº 32664. A analise dessas tensões sociais, no tocante ao seu arranjo
físico-espacial, traz à tona características geográficas do processo
normalizador. Visualiza-se uma tendência a um controle social operado com as
representações sociais das tradicionais zonas da cidade – Zona Sul, Zona Norte,
Zona Oeste, Centro.
Assim as autoridades
municipais, ao empreenderem o processo normalizador - controlando a mobilidade
da festa popular – não só revelam eixos pré-existentes de segregação
sócio-espacial da urbe como reafirmam linhas de ação geradoras de tensões
sociais. Portanto, se considera que o
momento atual do carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro é um produto
geo-histórico inacabado e, sua distribuição espacial uma realidade que se
entrelaça ao desenvolvimento da cidade.
Nas
considerações finais procura-se esboçar uma leitura do mundo urbano
contemporâneo a partir do lugar criado / inventado / planejado durante o
carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro. Em suma, seguindo as lições de
Milton Santos, identificar no lugar vivido os nexos entre o local e o global e
revelar “a mesma máscara negra que esconde o teu rosto”, como dizia o saudoso
compositor de velhos carnavais Zé Keti, em sua memorável e inesquecível canção[9].
Conclusão
Este
trabalho apresenta questões relativas ao atual processo de normatização do
carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro empreendido pelo Governo Municipal, a partir de 2010.
Este objeto de estudo é analisado desde a perspectiva geográfica e tem por finalidade
identificar os mecanismos institucionais e administrativos, seja na ordem
municipal, seja na gestão empresarial, levando em conta seus desdobramentos
sócio-espaciais. Procurou-se destacar as múltiplas escalas geográficas
implicadas – o global, o local e a micro escala dos sujeitos celebrantes. Esta
conexão entre escalas pauta-se em modelos de planejamento urbano que afetam,
mobilizam e implicam determinado arranjo físico-espacial para a sua
operacionalidade. O método da pesquisa consistiu em mapear a distribuição
espacial do atual carnaval de rua, no levantamento bibliográfico e na
identificação dos atores desta experiência. Observou-se a tensão
social-espacial entre o poder publico e poder instituinte. A análise das
tensões, no tocante ao seu arranjo físico-espacial, trouxe à tona
características geográficas do processo normatizador. Interpretou-se a
tendência a um controle social operado mediante as representações das
tradicionais zonas da cidade - Zona Sul, Zona Norte, Zona Oeste, Centro. O estudo
conclui que as autoridade municipais, ao empreenderem
o processo normalizador – controlando a mobilidade da festa popular –, não só
revelam eixos preexistentes de segregação sócio-espacial da urbe como reafirmam
linhas de ação geradoras de tensões sociais. Considera-se o momento atual do
carnaval de rua da cidade do Rio de Janeiro como um produto geo-histórico
inacabado e sua distribuição espacial uma realidade que se entrelaça ao
desenvolvimento da cidade.
REFERÊNCIAS
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FONTES
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[1] O presente texto é a introdução
ao Trabalho de Conclusão de Curso de título “O Planejamento do espontâneo:
ordenamento territorial e carnaval de rua”, apresentado ao corpo docente do
Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense, como requisito
para conclusão do curso de Bacharel em Geografia da mesma Universidade.
[2] Em palavras de Sebe, “à
semelhança de outros lugares de colonização Ibérica, o entrudo no Brasil era
uma festa que se celebrava na sequencia de três dias (domingo, segunda e terça-feira),
antes do inicio da quaresma. O entrudo, ano após ano, ficava mais agressivo,
comprometendo inclusive a ordem publica. A portaria do chefe de polícia, em
1853, atesta o sentido violento da celebração (...) o entrudo era uma prática
de rua, a céu aberto. Os participantes sempre em grupos entravam em confrontos,
algumas vezes por simples vontade de brincar; outras, contudo, agressivamente
com revide”. (SEBE, 1986. p. 56 – 59)
[3]
Cunha conforme Ferreira aponta que, “com a introdução dos bailes de máscaras (1840) e depois com o desfile do
Congresso das Sumidades Carnavalescas (1855), buscava-se substituir a
maneira de se desfrutar o carnaval, visto como algo relacionado a Portugal e à
Idade Média, portanto, ultrapassado para o novo momento da nação, recém independente e que buscava inspiração em Paris, com o
intuito de imprimir ao carnaval a feição de uma festa burguesa e moderna”.
(CUNHA, 2008. p.158)
[4] Palavras do atual prefeito da
cidade Eduardo Paes em vídeo publicitário, Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=ToA3Zanl9L8&noredirect=1 > Acessado em: 10/10/2013.
[5] [5]
Para Iná de Castro Iná de Castro “é preciso deixar claro que a relação entre o
espaço político e o espaço público é evidente, embora não seja possível reduzir
um ao outro. Para a distinção entre ambos, a metáfora da praça e do palácio é
ilustrativa. Ambos são espaços privilegiados da sociedade, sendo a praça o
lugar da sua ação instituinte e o palácio o lugar do poder instituído que
regula o comportamento daquela”. (CASTRO, 2002. p.61).
[6] Termos colocados como sinônimos
pela Prefeitura da cidade, porem que possuem suas definições amplamente
discutidas na Carta de Lisboa.
[7] David Harvey expõe no capítulo
VI - Do administrativismo ao empreendedorismo, do livro A Produção Capitalista
do Espaço, a passagem de modelos de governança urbana, ocorrido no cerne das
políticas publicas dos países do capitalismo avançado. Segundo esse autor, esse fenômeno assume
forma clara em um seminário que reuniu acadêmicos, empresários e formuladores
de políticas publicas. Harvey desenvolve está problemática no capítulo VI de
seu livro A produção capitalista do espaço.
[8]
Harvey prossegue: “Alem disso, pode-se afirmar (consultar Harvey, 1989a e
1989b) que a transição do modernismo de base urbana para o pós-modernismo, com
relação ao design, às formas culturais e ao estilo de vida, também está
conectada à ascensão do empreendedorismo urbano” (Harvey, 181).
[9]
Máscara Negra de Zé Keti, marcha-rancho composta para o carnaval de 1967.
Tanto
riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom
te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval